sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Melhor Amigo do Homem É a Bicicleta

Este texto é para que todos os amantes da bike possam refletir sobre o seu uso contínuo   
A bicicleta é o melhor amigo do homem. Esqueça o cachorro, ele morre logo e o próximo nem sempre é tão legal quanto o falecido. O avião é o pior amigo do homem. Tem vontades próprias e nunca voa com a intensidade do dia seguinte, ou anterior.
A bike é o veículo mais versátil do mundo. Transita em calçadas, sem calçadas, na contramão, aceitando as vontades de seu condutor de acordo com suas energias e estabelecendo uma cumplicidade jamais encontrada numa mulher, por exemplo!
Na contramão o avião não decola, e quando o vento sopra de cauda deixa o seu condutor apreensivo e adepto de qualquer crença. Raramente depende da energia do piloto, porém consome quase toda essa energia. Bicicleta não bebe, não fuma, não envelhece e requer pouca manutenção.
Avião bebe e, quando velho, fuma feito um louco, exigindo manutenção constante.
A bicicleta consome a energia disponível, porém quando numa descida trata de repor rapidamente os sais minerais derramados com a permissão da magrela. Ela parece submissa, mas definitivamente não é. O avião não parece submisso, mas sua submissão é tamanha que nem o tempo pode ser encurtado. A bike é mais rápida e eficiente que qualquer avião. Ao pilotar um avião, o homem não pensa em outra coisa. Ao pedalar uma bicicleta, é possível definir o passado como uma roupa velha que não nos cabe mais.
O avião quase sempre dorme fora, a bike repousa calada, sem cheiro, no lugar desejado pelo seu amigo dono. Por mais caro que seja um avião, raramente poderá servir para esnobar o vizinho casado com a dona boa, pois quase nunca fica na garagem de casa, enquanto a bicicleta de última geração pode propiciar uma nova geração.
Reconheço que o avião serve para conquistar mulheres, entretanto cabe à bicicleta manter essa mulher orgulhosa de sua boa condição física. Ao chegar numa reunião de negócios a bordo de uma magrela, suas chances de conquistar o bom contrato aumentam. Ao chegar numa reunião de negócios a bordo de um reluzente jatinho, suas chances de diminuir o valor do contrato também aumentam.
Avião não fala, mas faz barulho. Bike não faz barulho, mas lhe permite um gemido de esforço. A bicicleta aceita a chuva, o vento, o sol escaldante, sempre de acordo com o desejo do seu piloto. O avião aceita a chuva, o vento e o sol escaldante, porém sacode à mercê de suas vontades. Um jatinho de última geração pode custar um milhão de bicicletas, mas nunca lhe dará o sentido de liberdade propiciado por um invento tão simples e até hoje insuperável.
As coisas simples se alojam em qualquer consciente coletivo, por isso, e por mais distante que o poder possa levá-lo, não permita esquecer um silencioso passeio de bicicleta. Talvez assim possamos incendiar as mentes dos dirigentes da aviação brasileira para, quem sabe, experimentar voos silenciosos como fazíamos no passado...
Deixem o Brasil voar livremente, como um pedalar de bicicleta...
Texto extraído do Portal Radar - coluna do Juca Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário